26.6.14

Com as garras de fora



O PPD-PSD apresentou uma proposta de revisão constitucional.
O JN diz que foram os deputados do PSD eleitos pelo círculo da Madeira, mas, para mim, o PPD-PSD é o PPD-PSD com ou sem Alberto João. É tudo farinha do mesmo saco ainda que mais ou menos grotesca.

O JN dá ênfase à vontade de extinção do Tribunal Constitucional expressa na proposta de revisão. É assim na linha de "como estorva acabamos com ele, corta-se o mal pela raíz e o problema fica resolvido".
Segundo Guilherme Silva que o TC se pronuncie sobre a constitucionalidade do Orçamento de Estado  "não é edificante para a justiça constitucional".

Se isto fosse tudo já era mau demais, como as ameaças também são como as cerejas na mira do PPD-PSD também estão:

- O aumento do mandato da Presidência da República para 10 anos e a limitação a 1 mandato. Está bem que o Cavaco foi eleito segunda vez, mas eu pessoalmente gosto bastante de não passar uma década sem ser consultada sobre quem deve, ou não estar à frente do país!

- A redução do nº de deputado da Assembleia da República e da Assembleia Legislativa da Madeira, bem como a alteração do sistema eleitoral criando um círculo nacional e círculos uninominais. Pois é, quando os partidos pequenos e incómodos começão a ganhar força e mandatos é preciso tratar de travar o processo. Mas não julguem que isto fica assim!

- A extinção da Comissão Nacional de Eleições e da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e a eliminação das comissões de moradores. Uma maravilha! Esfrangalhamos as estruturas de fiscalização e as de organização dos cidadãos também! Assim é que se constrói uma Democracia que mereça a letra maiúscula!

A acção destes sujeitos mostra bem como o PPD-PSD não representa os interesses do povo português.

Andam todos com as garras de fora, mas não julguem que vão sair impunes desta sujeira!

Costuma-se dizer, assim em jeito de praga, "a História vos julgará!" quando não se vê luz ao fundo do túnel mas se deseja muito que haja castigo.
Eu, que vejo por aí muito braços capazes e muitas cabeças pensantes (é só quererem), digo que ainda os julgará um tribunal por crimes de lesa-pátria. E  bem mais cedo que tarde!

22.6.14

Céus! #15

















Ana Martins, Uniacke Estate, Nova Scotia, Junho 2014

A Família dá imenso jeito

A família dá imenso jeito e os bebés também.
Isto é, durante a campanha eleitoral para se ser filmado a beijar criancinhas que, coitadinhas, ainda não têm voto na matéria e são chegadas às beiças de um qualquer Passos Coelho, Paulo Portas ou António José Seguro de serviço.
A família dá imenso jeito e os bebés e o quanto precisamos de bebés para querer mandar no corpo das mulheres que é delas e com o qual têm que ter o direito de fazer o que bem entenderem. E, ai Jesus! Abortar,... isso é pecado! Cruzes, credo! Deus nos livre! (passe por aqui menina que o doutor vai já atendê-la por causa do desmancho)
A família dá montes de jeito quando o filho de 30 anos não tem emprego e vive com os pais que, por enquanto e só por enquanto, ainda têm.
É a tal rede de suporte e fica tão bem encher a boca quando se diz "Família" que até sabemos que foi com letra maiúscula e tudo.

Mas quando é para fazer com que as mães possam ser mais mães e os pais possam ser mais pais; quando é para efectivamente podermos ter a família a que temos direito aí a família já não dá tanto jeito.
Se calhar quando estão em cima da mesa propostas para como:
- o reforço do abono de família,
- o aumento da protecção às trabalhadoras grávidas, puérperas e lactantes,
- o pagamento de 100% da remuneração de referência durante a licença de parentalidade

a baixa natalidade já não é um problema assim tão grande. Se calhar a família até é um bocado impecilho.

Claro que as propostas foram do PCP e do PEV e claro que os partidos da maioria tencionam chumbá-las.

E tu? Em quem achas agora que devias ter votado?
Vê lá se te lembras disso nas próximas legislativas!

Governo RUA!

21.6.14

O Verão

















(Ana Martins, Odeceixe, Agosto 2013)

19.6.14

Pessoas bonitas # 12

No dia em que faz 70 anos Francisco Buarque de Hollanda vem embelezar a Eira.

É uma belíssima pessoa, daquelas que fazem o Mundo um sítio melhor pela luta e pela arte (que andam tantas vezes de mãos dadas)

O Chico faz muitas coisas muito bem, mas a minha favorita (não sou excepção nenhuma) é a música.



Eu não gosto de afirmações que fogem para o absoluto, como "o melhor do Mundo" e outras do mesmo estilo. Mas devo dizer que o Chico é provavelmente o meu favorito dos músicos brasileiros (e isso que o Vinícius também é brasileiro!) e um dos meus favoritos do Mundo inteirinho.

Era miúda pequena quando os meus pais me apresentaram os discos do Chico, perceber a profundidade das letras era mentira, mas não adorar aquelas canções era tarefa impossível. Afinal, como não gostar do "Até ao fim", não se deixar contagiar pela imensa vaga de profunda confiança de "Apesar de você" o não se derreter com a pequena maravilha da "Valsinha".


Também o Chico me apresentou umas coisas, que é como quem diz, uns músicos.
Foi depois de ouvir a versão dele da "Pequeña Serenata Diurna" que fui ouvir Sílvio Rodrígues. Foi com o "Cálice" que descobri aquela voz que não consigo descrever do Milton Nascimento e com o "Trocando em Miúdos" que descobri o Pixinguinha.

A minha vida é sem dúvida nenhuma muito mais bonita por ter as canções do Chico na sua banda sonora.

A Banda
Chico Buarque





Estou muito contente por partilhar o Mundo com o Chiquinho mais bonito do Mundo!
(e disto não tenho dúvida nenhuma por mais Chicos que me apresentem)


5.6.14

A Renovar a monarquia

Diz o DN que a Renova vai lançar guardanapos com as caras dos prícipes de Espanha Felipe e Letizia.

Digo eu que se fosse papel higiénico talvez comprasse!

1.6.14

No Dia da Criança

Quero relembrar um grande livro de uma pessoa muito bonita:


Serve para lembrar que se hoje, em Portugal, achamos (se não todos quase) que as crianças têm direito à infância, nem sempre assim foi.
Há por aí de 40 anos ainda era assim, como nos conta o Soeiro Pereira Gomes nos Esteiros.

Em 1941, na 1ª edição Soeiro Pereira Gomes dizia-nos na dedicatória:

"Para os filhos dos homens que nunca foram meninos, escrevi este livro"

Que sirva para nos lembrarmos que a infância é um direito e que isso implica, entre outras coisas ter escola e não ter fome nem frio.