Ana Martins, Lisboa, Janeiro de 2011
30.1.11
27.1.11
24.1.11
Contas feitas
Contas feitas quando eu tiver 30 anos, o mísero professor, o economista, o cidadão e não político Aníbal Cavaco Silva, terá exercido cargos políticos de grande importância durante quase 2/3 da minha vida...
21.1.11
No ouvido até Domingo!
O vídeo é uma delícia e a canção é, além de mesmo muito boa, daquelas que uma vez que entram no ouvido é um castigo para sairem.
E é por isso que talvez dure no ouvido do leitor até domingo quando for às urnas e dê uma ajudinha na cabina de voto!
Vota bem! Vota no único candidato patriótico e de esquerda (passo a redundância) :)
Vota nesta cadidatura, "minha nossa!".
Domingo trata bem Portugal votando no Francisco Lopes!
E é por isso que talvez dure no ouvido do leitor até domingo quando for às urnas e dê uma ajudinha na cabina de voto!
Vota bem! Vota no único candidato patriótico e de esquerda (passo a redundância) :)
Vota nesta cadidatura, "minha nossa!".
Domingo trata bem Portugal votando no Francisco Lopes!
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Porque as Presidenciais estão aí à porta
Um tempo de antena clarinho, "mais claro que a clara de um ovo".
(sim, o sérgio Godinho perdeu lucidez política com o avançar da idade).
E porque "as barbas não fazem mal a ninguém", sugiro particular atenção a partir do minuto 2:08 para a intervenção do José Barata Moura (que ainda por cima vem seguidinha do violino do Manuel Rocha que é sempre um prazer ouvir).
Eu também voto Francisco Lopes! E tu também podes, podemos todos! (eu cá não sou invejosa!)
(sim, o sérgio Godinho perdeu lucidez política com o avançar da idade).
E porque "as barbas não fazem mal a ninguém", sugiro particular atenção a partir do minuto 2:08 para a intervenção do José Barata Moura (que ainda por cima vem seguidinha do violino do Manuel Rocha que é sempre um prazer ouvir).
Eu também voto Francisco Lopes! E tu também podes, podemos todos! (eu cá não sou invejosa!)
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17.1.11
Os ditadores
Tropecei neste poema hoje ao ouvir os chilenos Quilapayún e apeteceu-me partilhá-lo.
Prohibido es ahora a toda golondrina
circular en los sueños que dictan estos versos.
Voy a lanzar al viento enfáticos llamados
para que me dispense de todos los trigales
y pido que mis labios se alejen de la vida
y que la muerte sola se cuelgue en mi palabra.
Voy a cerrar canciones, clausurar los violines
y hacer de las guitarras cuchillos indomables.
Haré de los poetas un batallón armado
que restituya en versos la justicia perdida.
La voz será la hoja de un acero violento
hendido en la garganta de todos los culpables.
Voy a hacer de mis rimas vidrios vertiginosos
que desgarren los ojos de los no castigados.
Voy a juntar los signos de todas sus crueldades
y verter en sus bocas la náusea de sus víctimas.
Voy a extraer el verbo de sus hocicos muertos
y hacer de sus palabras un vómito amarillo.
Voy a sentar el alma en un palco de ensueños
para que no me inquiete cuando clavo las uñas.
Voy a clavar mis uñas en todas sus ideas
dejando en sus despojos manchas de poesía.
Voy a hacer uniformes con los gritos de auxilio
y vestirlos de miedo junto a sus escritorios.
Del aire he de quitarles su transparencia viva
para que sólo sigan respirando conciencia.
Voy a armarme de rabia para abolir rabiando
todo lo que han tocado, todo lo que han amado.
Voy a clavar sus manos a la cruz del obrero
y colgaré en sus cuellos toda la cesantía.
Voy a partir a Washington y pedirle a la CIA
que me enseñe torturas todavía escondidas.
Voy a ponerles bombas en cada sustantivo
y coser en sus lenguas un cálculo podrido.
Voy a seguir gritando sobre sus ataúdes
los nombres de patriotas jamás aparecidos.
Voy a hacerlos marxistas, socialcomunistas
y a fijarlos a un cepo mirando su pasado.
Voy a encerrarlos dentro de una Iágrima viva
a asfixiarlos en duelos y dolores de viudas.
Voy a cerrar sus bocas con una sinfonía
y clavaré en sus ojos un cuadro de Picasso.
Voy a entregar de noche mensajes clandestinos
cuando su sepultura sea un hecho olvidado.
Voy a hacer del silencio una cárcel del pueblo
voy a cortar sus manos a golpes de guitarra.
Voy a armar regimientos de Allendes y Nerudas
y escupiremos odas sobre sus cementerios.
Y entonces, sólo entonces, cuando sean borrados
cuando nadie recuerde el odio de sus nombres
y entre manos aladas volvamos a encontrarnos
desde las trizaduras de esta historia enlutada
sobre la sangre entera vertida de mi tierra
volarán golondrinas, trigales y poemas.
- Eduardo Carrasco
Bando número 1 (Los dictadores)
Prohibido es ahora a toda golondrina
circular en los sueños que dictan estos versos.
Voy a lanzar al viento enfáticos llamados
para que me dispense de todos los trigales
y pido que mis labios se alejen de la vida
y que la muerte sola se cuelgue en mi palabra.
Voy a cerrar canciones, clausurar los violines
y hacer de las guitarras cuchillos indomables.
Haré de los poetas un batallón armado
que restituya en versos la justicia perdida.
La voz será la hoja de un acero violento
hendido en la garganta de todos los culpables.
Voy a hacer de mis rimas vidrios vertiginosos
que desgarren los ojos de los no castigados.
Voy a juntar los signos de todas sus crueldades
y verter en sus bocas la náusea de sus víctimas.
Voy a extraer el verbo de sus hocicos muertos
y hacer de sus palabras un vómito amarillo.
Voy a sentar el alma en un palco de ensueños
para que no me inquiete cuando clavo las uñas.
Voy a clavar mis uñas en todas sus ideas
dejando en sus despojos manchas de poesía.
Voy a hacer uniformes con los gritos de auxilio
y vestirlos de miedo junto a sus escritorios.
Del aire he de quitarles su transparencia viva
para que sólo sigan respirando conciencia.
Voy a armarme de rabia para abolir rabiando
todo lo que han tocado, todo lo que han amado.
Voy a clavar sus manos a la cruz del obrero
y colgaré en sus cuellos toda la cesantía.
Voy a partir a Washington y pedirle a la CIA
que me enseñe torturas todavía escondidas.
Voy a ponerles bombas en cada sustantivo
y coser en sus lenguas un cálculo podrido.
Voy a seguir gritando sobre sus ataúdes
los nombres de patriotas jamás aparecidos.
Voy a hacerlos marxistas, socialcomunistas
y a fijarlos a un cepo mirando su pasado.
Voy a encerrarlos dentro de una Iágrima viva
a asfixiarlos en duelos y dolores de viudas.
Voy a cerrar sus bocas con una sinfonía
y clavaré en sus ojos un cuadro de Picasso.
Voy a entregar de noche mensajes clandestinos
cuando su sepultura sea un hecho olvidado.
Voy a hacer del silencio una cárcel del pueblo
voy a cortar sus manos a golpes de guitarra.
Voy a armar regimientos de Allendes y Nerudas
y escupiremos odas sobre sus cementerios.
Y entonces, sólo entonces, cuando sean borrados
cuando nadie recuerde el odio de sus nombres
y entre manos aladas volvamos a encontrarnos
desde las trizaduras de esta historia enlutada
sobre la sangre entera vertida de mi tierra
volarán golondrinas, trigales y poemas.
- Eduardo Carrasco
12.1.11
É lógico!
E como preciso de isenções fiscais posso pagar 50€ de taxa para obter o atestado de incapacidade.
6.1.11
Isto é só temporário
"Isto é só temporário." dizia-me um colega meu, assim que aparecer uma coisa melhor, de que ele goste mais, que seja da sua área de especialidade e preferência ele muda-se.
Pois é, hoje em dia esperamos que esta situação que não é ideal, que é o que se arranja, seja temporária. Hoje em dia o que se arranja é tão pouco recompensante que em vez de desejarmos estabilidade no emprego desejamos encontrar qualquer coisa melhor rapidamente.
Mas como arranjar o qualquer coisa remotamente parecida com a nossa área já é uma enorme sorte, mudamos de cidade e deixamos a família, o companheiro, a maioria dos amigos os laços e as rotinas sociais para aceitar um emprego que não é, nem de perto nem de longe, o dos nossos sonhos. E esperamos que seja por pouco tempo.
Os jovens licenciados e mestres de diversas áreas asseguram muita da investigação que se faz em Portugal num regime de bolseiro de investigação, sem descontos para a Segurança Social, sem contar para a idade da reforma, sem direito a subsídio de férias ou de Natal, sem direito a subsídio de desemprego no fim da bolsa. Asseguram-se funções permanentes nos centros de investigação ligados às Universidades, com o financiamento do Estado através da FCT, mas sem contratar ninguém, sem vínculos.
Agora quando encontramos algo bom esperamos que seja por um bom tempo, mas a noção de "um bom tempo" também está a mudar. Agora achamos que uma bolsa de investigação de um ano é "um bom tempo" então se puder ser extensível a 2 anos é uma maravilha. Mas nessa maravilha só entra sobreviver com um nível de vida razoável. Não entram "luxos", nem direitos, muito menos regalias. Sobretudo não entra comprar uma casa, nem ter um filho (até porque, se a bolsa é de um ano, quando a criança tiver 3 meses já estamos na rua outra vez).
É triste o "é só temporário" e é triste que o longo prazo seja tão curto.
É o Portugal que temos. Seguramente não é o que queremos...
Mas felizmente, não é só o emprego que é temporário!
Pois é, hoje em dia esperamos que esta situação que não é ideal, que é o que se arranja, seja temporária. Hoje em dia o que se arranja é tão pouco recompensante que em vez de desejarmos estabilidade no emprego desejamos encontrar qualquer coisa melhor rapidamente.
Mas como arranjar o qualquer coisa remotamente parecida com a nossa área já é uma enorme sorte, mudamos de cidade e deixamos a família, o companheiro, a maioria dos amigos os laços e as rotinas sociais para aceitar um emprego que não é, nem de perto nem de longe, o dos nossos sonhos. E esperamos que seja por pouco tempo.
Os jovens licenciados e mestres de diversas áreas asseguram muita da investigação que se faz em Portugal num regime de bolseiro de investigação, sem descontos para a Segurança Social, sem contar para a idade da reforma, sem direito a subsídio de férias ou de Natal, sem direito a subsídio de desemprego no fim da bolsa. Asseguram-se funções permanentes nos centros de investigação ligados às Universidades, com o financiamento do Estado através da FCT, mas sem contratar ninguém, sem vínculos.
Agora quando encontramos algo bom esperamos que seja por um bom tempo, mas a noção de "um bom tempo" também está a mudar. Agora achamos que uma bolsa de investigação de um ano é "um bom tempo" então se puder ser extensível a 2 anos é uma maravilha. Mas nessa maravilha só entra sobreviver com um nível de vida razoável. Não entram "luxos", nem direitos, muito menos regalias. Sobretudo não entra comprar uma casa, nem ter um filho (até porque, se a bolsa é de um ano, quando a criança tiver 3 meses já estamos na rua outra vez).
É triste o "é só temporário" e é triste que o longo prazo seja tão curto.
É o Portugal que temos. Seguramente não é o que queremos...
Mas felizmente, não é só o emprego que é temporário!
Pequenas delícias da nossa Constituição #7
1. Todos têm direito ao trabalho.
2. Para assegurar o direito ao trabalho, incumbe ao Estado promover:
2. Para assegurar o direito ao trabalho, incumbe ao Estado promover:
a) A execução de políticas de pleno emprego;
b) A igualdade de oportunidades na escolha da profissão ou género de trabalho e condições para que não seja vedado ou limitado, em função do sexo, o acesso a quaisquer cargos, trabalho ou categorias profissionais;
c) A formação cultural e técnica e a valorização profissional dos trabalhadores.
2.1.11
1.1.11
O ano novo
Como para vencer a adversidade é preciso humor, deixo aos leitores duas preciosidades de ano novo do Quino:
E façamos deste que começa um ano muito melhor do que parece que será.
Bom trabalho a todos!
E façamos deste que começa um ano muito melhor do que parece que será.
Bom trabalho a todos!
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