21.11.10

Pequenas delícias da nossa Constituição #3

"Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos."


Constituição da República Portuguesa, Ponto 2, Artigo 7º (Relações Internacionais)

Porque cheguei há umas horas da manifestação pela Paz e contra a NATO em Lisboa a delícia da Constituição é sobre as relações internacionais.
Foi uma grande manifestação, de bem mais do que as 8 mil pessoas que diz o Público.
Foi o que tinha que ser, uma marcha pacífica pela paz e contra a NATO. Foi ordeira e reivindicativa ao mesmo tempo e apagada da rádio e dos telejornais pelo grupelho de arruaceiros que lá ficou no final.
Como sempre cada um cumpriu o seu papel, o meu foi em defesa da Paz.

11.11.10

Que falta de vergonha na cara!

Os senhores industriais de Fafe queixam-se que a mão de obra escasseia apesar da taxa de desemprego na região ser de 15%.
Deitam as culpas ao subsídio de desemprego e ao rendimento mínimo.
Dizem que as pessoas são preguiçosas e preferem viver dos apoios do Estado a trabalhar.
Dizem que quando aparecem às entrevistas de emprego arranjam desculpas para não ficarem a trabalhar nas suas fábricas.

O que não dizem os trafulhas é a quanto ascende o salário que oferecem pela força de trabalho que querem contratar.
Quem estiver com dúvidas pode sempre consultar a página da Segurança Social e ver quanto é o rendimento social de inserção. O mesmo que os trabalhadores consideraram mais compensador que o salário que lhes ofereciam.

A preguiça afinal é laboral ou salarial?

2.11.10

Telenovela Orçamental

Em qualquer telenovela que se preze é possível prever o seu desfecho tendo visto apenas o primeiro episódio. Também o desfecho da discussão do Orçamento de Estado para 2011 era previsível desde o dia em que o PS o apresentou.
Depois de muitos episódios a dizer que talvez, depois que não, depois que de maneira nenhuma, depois que talvez outra vez, como previsto, no final, o PPD-PSD abster-se-á, viabilizando o OE.

Esta telenovela nacional inclui muitas características das telenovelas convencionais. Tem maus da fita e sofredores às suas mãos, tem chantagens, amedrontamentos e mentiras. É rica em teatralidades, gritos, apertos de coração e lágrimas de crocodilo. Tem gente de carácter e caras-de-pau; tem amigos que avisam e ingénuos que vão na conversa do vilão. Só lhe falta o ingrediente que de facto nos dava jeito que tivesse. Falta-lhe o "viveram felizes para sempre".

Tristemente na nossa telenovela do OE os vilões não morrem nem vão presos, pelo contrário, são premiados, vivem bem e às nossas custas!