(imagem surripiada aqui)
A mim que nasci vário anos depois do 25 de Abril, a figura de Otelo Saraiva de Carvalho (OSC) nunca me inspirou particular simpatia. Há uma série de tempo que o considero um cobarde vaidoso, com muita, mesmo muita lata.
É por isso que tendo a não tecer considerações quando decide abrir a boca para deixar sair mais umas das costumeiras estupidezes.
Ainda assim, hoje achei que o tipo exagerou. Ao ler a entrevista ao Público fiquei mesmo quase boquiaberta.
Pelos vistos, e segundo o próprio, Otelo fez o 25 de Abril. Mais, Otelo fez a Revolução!
Qual Salgueiro Maia?! Qual MFA?!
Qual povo português a construir o seu caminho!?
Qual Vasco Gonçalves?! Qual Costa Gomes!?
Quais barricadas!? Quais ocupações de campos e fábricas?!
Era o que mais faltava! Não senhor! Otelo Saraiva de Carvalho fez tudo! Liderou todos os ramos das FA, foi Presidente da República (bem quis!) e Primeiro Ministro ao mesmo tempo! Arou a terra inculta das herdades alentejanas, e coseu camisas de linho no Minho. Nacionalizou a banca e os seguros e escreveu e votou até a Constituição sozinho. Foi ele quem fez a Revolução!
E eu que achava que os meus humildes paizinhos tinham lá posto o seu grão de areia.
Andei bem enganada! Afinal a canção era "Força, força, companheiro Otelo!".
De facto, esta entrevista só vem demonstrar mais uma vez o carácter oportunista, de protagonistazeco de meia-tigela, de cobarde que foge com o rabo à seringa que OSC é.
A única coisa de que eu não duvido nada em toda a entrevista é da sua incrível capacidade de fugir às responsabilidades que são suas.
Já para o fim da entrevista OSC diz que se soubesse ao que chegaria o País “Pedia a demissão de oficial do Exército, nunca mais punha os pés no quartel, pois não queria assumir esta responsabilidade”.
Pois claro, o trabalhinho sem reconhecimento imediato não é com ele, não. Mas não é de estranhar enfim, afinal, ele é quem sendo comandante do COPCON ficou em casa no 25 de Novembro!
confundir o 25 de abril com a revolução é só continuar a confusão do jornal.
ResponderExcluirque otelo elaborou e comandou o golpe militar é completamente inquestionável.
Achar pelo meu texto que confundo o golpe militar com a Revolução é de quem deu pouca atenção ao escrito. Não confundo, mas Otelo confunde. Ainda assim, até o golpe militar que o povo transformou em início de Revolução não é da exclusiva autoria de Otelo, teve muito mais (e melhores) ideólogos e estrategas. Não nos confundamos, Otelo teve um papel importante no processo revolucionário (que o teve ninguém nega). Mas também teve um importantíssimo papel no travar da revolução, não sendo cara nem personagem principal nos retrocessos operados pela contra-revolução, foi grande facilitador dos mesmos.
ResponderExcluirNão é inocente na História nacional e não tem direito de sacudir a água do capote nem de se sentir traído pelo povo português, pelo contário, o povo português é que tem motivos para se sentir traído por Otelo.
Bom texto, apenas um reparo, acho que Otelo no 25 de Novembro não ficou em casa, foi do COPCOM para casa dormir, que é mais gravoso e labiríntico.
ResponderExcluirUma figura incontornável da história recente de Portugal que necessita mesmo de ser deslindada, pelo menos, o seu comportamento depois do triunfo da operação, dirigida pelo próprio, «Fim de Regime».
Em suma, tinha [tem] mesmo, tal como ele reconheceu, falta de cultura política.