26.6.14

Com as garras de fora



O PPD-PSD apresentou uma proposta de revisão constitucional.
O JN diz que foram os deputados do PSD eleitos pelo círculo da Madeira, mas, para mim, o PPD-PSD é o PPD-PSD com ou sem Alberto João. É tudo farinha do mesmo saco ainda que mais ou menos grotesca.

O JN dá ênfase à vontade de extinção do Tribunal Constitucional expressa na proposta de revisão. É assim na linha de "como estorva acabamos com ele, corta-se o mal pela raíz e o problema fica resolvido".
Segundo Guilherme Silva que o TC se pronuncie sobre a constitucionalidade do Orçamento de Estado  "não é edificante para a justiça constitucional".

Se isto fosse tudo já era mau demais, como as ameaças também são como as cerejas na mira do PPD-PSD também estão:

- O aumento do mandato da Presidência da República para 10 anos e a limitação a 1 mandato. Está bem que o Cavaco foi eleito segunda vez, mas eu pessoalmente gosto bastante de não passar uma década sem ser consultada sobre quem deve, ou não estar à frente do país!

- A redução do nº de deputado da Assembleia da República e da Assembleia Legislativa da Madeira, bem como a alteração do sistema eleitoral criando um círculo nacional e círculos uninominais. Pois é, quando os partidos pequenos e incómodos começão a ganhar força e mandatos é preciso tratar de travar o processo. Mas não julguem que isto fica assim!

- A extinção da Comissão Nacional de Eleições e da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e a eliminação das comissões de moradores. Uma maravilha! Esfrangalhamos as estruturas de fiscalização e as de organização dos cidadãos também! Assim é que se constrói uma Democracia que mereça a letra maiúscula!

A acção destes sujeitos mostra bem como o PPD-PSD não representa os interesses do povo português.

Andam todos com as garras de fora, mas não julguem que vão sair impunes desta sujeira!

Costuma-se dizer, assim em jeito de praga, "a História vos julgará!" quando não se vê luz ao fundo do túnel mas se deseja muito que haja castigo.
Eu, que vejo por aí muito braços capazes e muitas cabeças pensantes (é só quererem), digo que ainda os julgará um tribunal por crimes de lesa-pátria. E  bem mais cedo que tarde!

22.6.14

Céus! #15

















Ana Martins, Uniacke Estate, Nova Scotia, Junho 2014

A Família dá imenso jeito

A família dá imenso jeito e os bebés também.
Isto é, durante a campanha eleitoral para se ser filmado a beijar criancinhas que, coitadinhas, ainda não têm voto na matéria e são chegadas às beiças de um qualquer Passos Coelho, Paulo Portas ou António José Seguro de serviço.
A família dá imenso jeito e os bebés e o quanto precisamos de bebés para querer mandar no corpo das mulheres que é delas e com o qual têm que ter o direito de fazer o que bem entenderem. E, ai Jesus! Abortar,... isso é pecado! Cruzes, credo! Deus nos livre! (passe por aqui menina que o doutor vai já atendê-la por causa do desmancho)
A família dá montes de jeito quando o filho de 30 anos não tem emprego e vive com os pais que, por enquanto e só por enquanto, ainda têm.
É a tal rede de suporte e fica tão bem encher a boca quando se diz "Família" que até sabemos que foi com letra maiúscula e tudo.

Mas quando é para fazer com que as mães possam ser mais mães e os pais possam ser mais pais; quando é para efectivamente podermos ter a família a que temos direito aí a família já não dá tanto jeito.
Se calhar quando estão em cima da mesa propostas para como:
- o reforço do abono de família,
- o aumento da protecção às trabalhadoras grávidas, puérperas e lactantes,
- o pagamento de 100% da remuneração de referência durante a licença de parentalidade

a baixa natalidade já não é um problema assim tão grande. Se calhar a família até é um bocado impecilho.

Claro que as propostas foram do PCP e do PEV e claro que os partidos da maioria tencionam chumbá-las.

E tu? Em quem achas agora que devias ter votado?
Vê lá se te lembras disso nas próximas legislativas!

Governo RUA!

21.6.14

O Verão

















(Ana Martins, Odeceixe, Agosto 2013)

19.6.14

Pessoas bonitas # 12

No dia em que faz 70 anos Francisco Buarque de Hollanda vem embelezar a Eira.

É uma belíssima pessoa, daquelas que fazem o Mundo um sítio melhor pela luta e pela arte (que andam tantas vezes de mãos dadas)

O Chico faz muitas coisas muito bem, mas a minha favorita (não sou excepção nenhuma) é a música.



Eu não gosto de afirmações que fogem para o absoluto, como "o melhor do Mundo" e outras do mesmo estilo. Mas devo dizer que o Chico é provavelmente o meu favorito dos músicos brasileiros (e isso que o Vinícius também é brasileiro!) e um dos meus favoritos do Mundo inteirinho.

Era miúda pequena quando os meus pais me apresentaram os discos do Chico, perceber a profundidade das letras era mentira, mas não adorar aquelas canções era tarefa impossível. Afinal, como não gostar do "Até ao fim", não se deixar contagiar pela imensa vaga de profunda confiança de "Apesar de você" o não se derreter com a pequena maravilha da "Valsinha".


Também o Chico me apresentou umas coisas, que é como quem diz, uns músicos.
Foi depois de ouvir a versão dele da "Pequeña Serenata Diurna" que fui ouvir Sílvio Rodrígues. Foi com o "Cálice" que descobri aquela voz que não consigo descrever do Milton Nascimento e com o "Trocando em Miúdos" que descobri o Pixinguinha.

A minha vida é sem dúvida nenhuma muito mais bonita por ter as canções do Chico na sua banda sonora.

A Banda
Chico Buarque





Estou muito contente por partilhar o Mundo com o Chiquinho mais bonito do Mundo!
(e disto não tenho dúvida nenhuma por mais Chicos que me apresentem)


5.6.14

A Renovar a monarquia

Diz o DN que a Renova vai lançar guardanapos com as caras dos prícipes de Espanha Felipe e Letizia.

Digo eu que se fosse papel higiénico talvez comprasse!

1.6.14

No Dia da Criança

Quero relembrar um grande livro de uma pessoa muito bonita:


Serve para lembrar que se hoje, em Portugal, achamos (se não todos quase) que as crianças têm direito à infância, nem sempre assim foi.
Há por aí de 40 anos ainda era assim, como nos conta o Soeiro Pereira Gomes nos Esteiros.

Em 1941, na 1ª edição Soeiro Pereira Gomes dizia-nos na dedicatória:

"Para os filhos dos homens que nunca foram meninos, escrevi este livro"

Que sirva para nos lembrarmos que a infância é um direito e que isso implica, entre outras coisas ter escola e não ter fome nem frio.

21.5.14

O JN noticiou

O que eu já ando a dizer há uns anos


"Especialistas da Universidade de Coimbra defendem que a quebra da natalidade se deve a obstáculos económicos, rejeitando "o mito" de uma crise da família e da "questão motivacional".É a crise económica e a falta de dinheiro que mais pesam na decisão de não ter filhos."

Olha que grande novidade!

Sabem quem é que tem andado a apresentar propostas que valorizam o trabalho, os salários e a vida familiar? O PCP e o PEV.
Sabem quem tem votado sistematicamente contra o abaixamento dos salários, contra a nova lei das rendas, pela gratuitidade do ensino e da saúde? O PCP e o PEV.
Sabem quem tem lutado e apresentado propostas com vista ao desenvolvimento da produção nacional, do emprego e da soberania do nosso Povo e do nosso País? O PCP e o PEV.

Nem é preciso escolher entre os dois, concorrem coligados às eleições para o Parlamento Europeu do próximo Domingo. Já viram que sorte?!

Dia 25 de Maio vota CDU!



Quando o que se devia discutir era Portugal e a UE


Enquanto se devia discutir Portugal e a UE e Portugal na UE e talvez a UE em Portugal:

Um chama vírus ao outro
O outro chama nazi ao um

E estamos nisto nas notícias.
Eu percebo que tanto a coligação PPD-PSD/CDS-PP como o PS tenham pouca vontade de discutir o que tem sido a UE para Portugal.
O que tem significado fazermos parte do "projecto europeu" e da moeda única.
Deve ser complicado durante a campanha eleitoral admitir que as políticas que qualquer destes partidos e todos estes partidos têm apoiado e promovido no Parlamento Europeu destruiram o nosso aparelho produtivo. Nas mais diversas vertentes a produção nacional perdeu com a UE: na agricultura, nas pescas, na indústria.
Acho bastante natural que se envergonhem de que por sua causa importemos 80% do peixe que comemos. Nós, povo virado para o mar! Mas infelizmente tenho a impressão de que não se envergonham, só sabem é que essa informação não ganha votos.
A saída da crise também é melhor apresentada se se publicitarem as apreciações favoráveis de estrangeiros orgulhosos, em vez dos números do desemprego com que o "resgate financeiro" nos presenteou. Esses mesmos estrangeiros orgulhosos que lucram com os lucros dos bancos que compram dívida, diz que pública e a quem não dói nunca o desemprego de centenas de milhar de pessoas. E natural que não doa, afinal se não tiverem dinheiro para comprar sapatos de fabrico nacional compram dos feitos na China, na empresa de que estes estrangeiros orgulhosos também são accionistas.

Entretanto a CDU, que nunca traiu o Povo e o País, propõe alternativas, mas isso parece pouco importante para os jornais do nosso país.

Cooperação entre Estados iguais em direitos, defesa da Democracia e da soberania

Solidariedade e cooperação. Defesa do direito ao desenvolvimento económico

Defesa do Emprego. Pelo progresso e a justiça social

Promoção da cultura e língua portuguesas

Defesa do ambiente e salvaguarda dos recursos naturais

Paz, amizade e solidariedade com todos os povos do mundo

Dia 25 Vota CDU!


20.5.14

Quando o copy+paste é demasiado evidente

Na notícia do JN:
"A quede de neve levou esta terça-feira ao corte das estradas de acesso à Torre, o ponto mais alto da Serra da Estrela, disse à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro da Guarda."

Na notícia do DN:
"A quede de neve levou hoje ao corte das estradas de acesso à Torre, o ponto mais alto da Serra da Estrela, disse à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS), da Guarda."

Minha gente, que o trabalho jornalístico está em desuso e que vocês bebem as notícias todas da Agência Lusa nós já tínhamos percebido. 
Que quem lê um jornal nacional em Portugal já leu todos os outros jornais nacionais do mesmo tema também já tínhamos percebido.
Que a liberdade e a diversidade de imprensa são coisas que já não se vêem no nosso país, salvo raras e honrosas excepções também já tínhamos percebido.

Mas convenhamos! Ao menos façam o favor de ler o que publicam!

13.5.14

Dia 25 de Maio Vota CDU!



O tempo de antena da CDU, transmitido a 12 de Maio de 2014.

Porque os nossos, são bonitos, não fingem que são.
Porque os nossos, mais que bonitos são integros.
Porque os nossos assumem o compromisso.
Porque os nossos dão a cara pelo Povo e pelo País.
Porque os nossos vão em frente na luta, mesmo quando têm medo.
Porque os nossos são confiáveis.
E sobretudo,
Porque os nossos são mesmo, mesmo... nossos!


E claro, porque a Joana Manuel tem uma excelente colocação de voz e porque aquele sorrisinho final do Jerónimo quando diz "com toda a confiança" é uma delícia!

Dia 25 Vota CDU!


7.5.14

Chama-lhe "espírito cosmopolita" chama



Segundo notícia do DN Passos Coelho foi passear ao Museu dos Descobrimentos.

Deixo por agora de parte justificadas considerações sobre o facto de chamarmos "Descobrimentos" ao período de tempo que os Povos que "descobrimos" chamam "Colónia".

Prefiro concentrar-me numa ideia que o Primeiro Ministro expressou:

"O primeiro-ministro português disse que Portugal precisa ainda de atrair mais turistas, reencontrar o "espírito cosmopolita" que levou os portugueses aos quatro cantos do mundo"

Claramente o chefe do governo desconhece os discos do Fausto sobre a expansão marítima. Ou mesmo o Auto da Pimenta (Rui Veloso/Carlos Tê). Se conhecesse já teria descoberto que não foi "espírito cosmopolita", não!

Foi Fome, mesmo!

E dessa motivação já temos bem mais do que suficiente no nosso País! É o que continua a provocar a sangria de gente que todos os dias se despede da família e dos amigos. E aí Pedro Passos Coelho e seus companheiros algozes (leia-se PPD-PSD, PS e CDS-PP todinhos sem excepção, Manuel Alegre incluído) têm muitas, senão todas as culpas no cartório!

Dia 25 Vota CDU!


1.5.14

Maio é Luta!




Em Portugal Abril confunde-se com Maio.
Com Abril nasce tudo o que Maio afirma.
Porque,

"Contra tudo o que era velho
Levantado como um punho
Em Maio surgiu vermelho
O cravo do mês de Junho!"

                        -JCAry dos Santos

Acham que o Canadá é um país civilizado?

Em muitas coisas sim. As pessoas são habitualmente simpáticas, pedem desculpa se dão conta que estavam a estorvar e essas coisas geralmente apreciadas na convivência.

Mas...

o 1º de Maio não é feriado. Labour day é em Setembro, em data móvel, assim como nos Estados Unidos da América.
Não é que a comemoração do Dia do Trabalhador faça com que um país seja ou deixe de ser civilizado, mas é um indicador considerável da importância que os direitos laborais assumem nele.

Ainda assim algumas considerações devem ser feitas.

Bem antes do massacre de Haymarket a 4 de Maio de 1886; onde a polícia matou 4 trabalhadores em luta pela jornada de 8 horas em Chicago, e que é motivo para a instauração do 1º de Maio como Dia internacional do Trabalhador; lutas sindicais cresciam em Toronto.
Os tipógrafos lutavam em 1872 pela jornada de 9 horas e a 25 de Março fizeram greve parando toda a imprensa de Toronto. Os tipógrafos obtiveram o apoio de outros trabalhadores e a 15 de Abril dois mil trabalhadores manifestaram-se iniciando uma marcha até Queen's Park. Pelo caminho a marcha foi engrossando e quando chegou ao destino contava 10 mil participantes (um décimo da população da cidade).
A constituição de sindicatos era proíbida e as retaliações rapidamente se fizeram sentir, mas a batalha foi ganha. O primeiro-ministro John Macdonald legalizou os sindicatos e os líderes foram soltos das cadeias.
Claro que não foi assim tão simples (nunca é), muita gente perdeu o emprego, mas a luta estendeu-se ao resto do país e a jornada de 9 horas acabou por ser ganha.

A manifestação de 15 de Abril repetiu-se nos anos seguintes e, por pressão popular o primeiro ministro Sir John Thompson declarou, em 1894, Labour Day feriado nacional.
A modificação de data ocorre mais tarde e faz com que o Dia do Trabalhador seja confundido como uma última celebração do Verão (lá se vai a civilização), mas há que reconhecer importância aos tipógrafos deToronto nas lutas pelos direitos laborais. Não hão de ter tido pouca importância na inspiração das lutas nos EUA que levam à instauração do 1º de Maio como Dia Internacional do Trabalhador.

Parece que tudo acontece em Abril, não é?




PS: Hoje foi a primeira vez que fui trabalhar no 1º de Maio e, francamente, espero bem que a última!

30.4.14

Bob Hoskins aka Eddie Valiant

Eu sei que ele fez uma data de outros filmes excelentes, mas "Who framed Roger Rabbit?" continua a ser o meu favorito. É ainda um dos meus filmes favoritos, ainda não me cansei de o ver e duvido muito que alguma vez me canse.



É, de facto, um privilégio ter partilhado o Mundo com o Bob Hoskins.

25.4.14

"Seremos muitos, seremos alguém"

Enquanto há Força
José Afonso




Enquanto há força
No braço que vinga
Que venham ventos
Virar-nos as quilhas
Seremos muitos
Seremos alguém
Cantai rapazes
Dançai raparigas
E vós altivas
Cantai também

Levanta o braço
Faz dele uma barra
Que venha a brisa
Lavar-nos a cara
Seremos muitos
Seremos alguém
Cantai rapazes
Dançai raparigas
E vós altivas
Cantai também

24.4.14

Nos 40 anos do 25 de Abril

João Abel Manta

40 anos é muito tempo! A Revolução fazer 40 anos quer dizer que metade da população não a viveu e não sabe, senão por relatos, o que ela significou. Claro que também quer dizer que metade da população viveu a Revolução e o fascismo antes dela, mesmo que muitos fossem muito novos para saberem bem o que era isso de fascismo. Sobretudo num tempo em que era proíbido falar dessas coisas a não ser que fosse para dar vivas.
Mas os que eram novinhos lembrar-se-ão, pelo menos da escola onde ao bom aluno se ordenava que desse as reguadas ao mau aluno, outros lembrar-se-ão de não terem escola. de andarem descalços e mal vestidos.

E aposto que também deram conta da mudança que foi a Escola de Abril, o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança Social, o Salário Mínimo Nacional, o direito ao trabalho. O reconhecimento do direito à Dignidade, enfim.
João Abel Manta


Eu nasci 10 anos depois do 25 de Abril. Tive excelentes cuidados de saúde, bons estudos na escola pública, fui bem alimentada... Resumindo, tive direito ao que as crianças e os jovens devem ter direito para se tornarem adultos úteis à sociedade. Tudo isto em boa medida graças ao 25 de Abril e ao 5º Governo Provisório.


Eu, que nasci tarde demais para ver o Golpe de Estado e o PREC, ainda vivi a Revolução, tive direito aos seus frutos.

Como neste Mundo a auto-determinação parece ser um crime punível pelo Direito Internacional vou deixando de viver a Revolução. Todos os dias se perde um bocadinho, o 25 de Novembro do Vasco Lourenço (e outros ilustres da nossa sociedade) é como aqueles medicamentos de acção prolongada, vai fazendo efeito ao longo do tempo. Foram as taxas moderadoras na Saúde, a Lei Barreto e o fim da Reforma Agrária, as propinas na Educação, os cortes nos salários e nas pensões, o aumento do horário de trabaho, o quadro de excedentes, a mobilidade especial, os falsos recibos verdes, as bolsas em vez de contratos na Ciência e tantas outras coisas. A Soberania que conquistámos e afirmámos no 25 de Abril de 74 penhorámo-la quando entrámos CEE e depois para o Euro e vendêmo-la finalmente à Troika.

Este aniversário de Abril é o mais estranho que presenciei.
Nos 40 anos do 25 de Abril (data redondinha) o capital e respectivos serviçais, geralmente tão bons a ignorá-lo decidiram pô-lo a render. E é ver o Público a vender os livros proíbidos do fascismo, a
Visão com suplementos especiais (e só bons autores, nada suspeitos!), a RTP com programas sobre os retornados (coitadinhos dos retornados, sempre!), enfim... É um rol de vampiros (como os do Zeca) a sugarem a seiva do pobre cravo.
É caso para dizer que "Cravo vermelho ao peito a muitos fica bem"!

Por isso é tão importante celebrar Abril!
Não é por saudosismo, não é nostalgia, não! É necessidade e direito!
Para mostrarmos a quem nos rouba que não aceitamos ser roubados!

Porque somos um Povo de Abril e que o havemos de fazer de novo!


Ouvi banqueiros fascistas 
agiotas do lazer 
latifundiários machistas 
balofos verbos de encher 
e outras coisas em istas 
que não cabe dizer aqui 
que aos capitães progressistas 
o povo deu o poder! 
E se esse poder um dia 
o quiser roubar alguém 
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe! 
Volta à barriga da terra 
que em boa hora o pariu 
agora ninguém mais cerra 

as portas que Abril abriu!

in As portas que Abril abriu
JCAry dos Santos



P.S.:E aí que tenha cuidado esse bando de pulhas que nos tem desgovernado, que vai ser a doer!


23.4.14

Abril de Novo


Em Coimbra o 25 de Abril começa no Ateneu!

Um cravo de Janeiro
















Ana Martins, Coimbra, Janeiro 2013

Um cravo de Janeiro. Porque os cravos vermelhos florescem no mais frio dos invernos desde que nos esforcemos.

4.3.14

Uma alegria fugaz

Quando vejo as notícias sobre o Carnaval por esse Brasil afora e algumas festividades do Entrudo cá em Portugal lembro-me sempre de uma canção do Chico Buarque: Vai Passar.


E lembro-me daquela passagem em particular que diz:

"E um dia, afinal
Tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval"

Pois é, mas por cá os trabalhadores da administração pública e uma boa parte dos trabalhadores do sector privado não tiveram direito a essa "alegria fugaz".
Quando, há dois anos, nos tiraram a tolerância de ponto, eu que trabalho sem vínculo juridico-laboral, fiz questão de ir disfarçada e hoje fui outra vez
É uma tradição de origens e presença mais antigas que o Natal, no nosso país e não tem direito a feriado, nem tolerância de ponto.

O PCPapresentou um projecto de lei pela reposição dos feriados roubados e estabelecendo como feriado nacional a Terça-feira de Carnaval. O PCP porque é, claramente, o partido do Povo, no trabalho, no lazer, na inovação e renovação e nno respeito pelas nossas raízes.

Para que fique claro, o Entrudo é a melhor festa do ano!

28.1.14

Pessoas bonitas #11 - Pete Seeger

Hoje soube que o Pete Seeger tinha morrido aos 94 anos.
Estava no laboratório e até disse uma asneira alto.
A maioria das pessoas com quem comentei isto não percebeu porque é que ganhei tristeza que me dure pelo menos o resto da semana, mas mais do que admirar o Pete Seeger eu tenho, de facto, um carinho muito grande por esse senhor.

Não quero (pelo menos agora) fazer um resumo bibliográfico de um dos maiores folcloristas do Mundo.
Nem pretendo falar do homem das muitas e muito justas causas que espalhava a mensagem com canções ao vento, sempre do lado certo da barricada.

Sugiro que ouçam o homem que era capaz de pôr qualquer um a cantar com ele e que não gostava de cantar sozinho, gostava de fazer parte do coro. O homem que cantou tantos (e foi cantado por outros tantos) e para tantos; que começou por tocar cavaquinho e que me ensinou a gostar de ouvir banjo.
Ouçam, por exemplo os episódios do "Rainbow quest" (programa do Pete Seeger na televisão em 1965),onde tudo é explicado com aquele tom tranquilo (mas nunca desapaixonado) de quem explica o que é claro, tão claro que certamente tu vais perceber e não serão precisas exaltações.
Se, como eu não o puderam ouvir quando esteve em Lisboa, no Pavilhão dos Desportos, em 1983 desfrutem das gravações...

Resta-me dizer que tomo como uma ofensa pessoal que tenha morrido sem eu o conhecer.
Aliás, o Pete Seeger faz parte desse clube de pessoas que não é suposto desaparecerem; não lhes demos autorização para se irem embora.
Digo-vos mais, tenho a firme convicção de que a Terra anda mais devagar agora do que andava no Domingo, na falta do empurrão do Pete.


10.1.14

A aplicabilidade das canções

Com uma frequência entristecedoramente baixa a televisão traz-me boa surpresas.
Hoje apareceu-me a canção do Pete Seeger "Turn, turn, turn" na versão dos Birds.
 Isso lembrou-me o Pete Seeger e fui ouvir uma coisinhas. Tropecei numa canção que ouvi a primeira vez na voz de um cantor escocês (O Dick Gaughan) "Waist Deep in the Big Muddy".

Foi escrita em plena guerra do Vietnam.
Infelizmente lembro-me da penúltima estrofe sempre que ouço notícias sobre o Iraque, o Afganistão, a Síria ou mesmo sobre o Orçamento de Estado ou o Orçamento retificativo no nosso país.


Deixo-vos o vídeo e a letra.

Waist Deep in the Big Muddy
Pete Seeger




It was back in 1941.
I was a member of a good platoon.
We were on maneuvers in Lou'siana one night
By the light of the moon.
The Captain told us to ford a river.
That's how it all begun.
We were knee deep in the Big Muddy,
And the big fool said to push on.

The Sergeant said, "Sir, are you sure
This is the best way back to the base?"
"Sergeant, go on, I've forded this river
About a mile above this place.
It'll be a little soggy, but just keep sloggin'.
We'll soon be on dry ground."
We were waist deep in the Big Muddy,
And the big fool said to push on.

The Sergeant said, "Sir, with all this equipment,
No man will be able to swim."
"Sergeant, don't be a Nervous Nelly,"
The Captain said to him.
"All we need is a little determination.
Men, follow me. I'll lead on."
We were neck deep in the Big Muddy,
And the big fool said to push on.

All at once the moon clouded over.
We heard a gurglin' cry.
A few seconds later the Captain's helmet
Was all that floated by.
The Sergeant said, "Turn around, men.
I'm in charge from now on."
And we just made it out of the Big Muddy
With the Captain dead and gone.

We stripped and dived and found his body
Stuck in the old quicksand.
I guess he didn't know that the water was deeper
Then the place he'd once before been.
Another stream had joined the Big Muddy
About a half mile from where we'd gone.
We were lucky to escape from the Big Muddy
When the big fool said to push on.

Now I'm not going to point any moral —
I'll leave that for yourself.
Maybe you're still walking, you're still talking,
You'd like to keep your health.
But every time I read the papers, that old feeling comes on,
We're waist deep in the Big Muddy
And the big fool says to push on.

Waist deep in the Big Muddy,
The big fool says to push on.
Waist deep in the Big Muddy,
The big fool says to push on.
Waist deep, neck deep,
Soon even a tall man will be over his head.
We're waist deep in the Big Muddy,
And the big fool says to push on.

-Pete Seeger