25.11.09

No 25 de Novembro

deixo aqui a segunda versão do Tanto Mar do Chico Buarque.


"A bola é tão bonita!"


Isso disse-me um amigo meu, meio queixando-se de um "post" que publiquei a queixar-me do preço a pagar pela candidatura ibérica ao mundial de futebol.

Mas sim, eu acho que a bola é bem bonita! Sobretudo quando implica um misto de irritação e de amuo de puto contrariado na expressão facial do José Mourinho com o Inter de Milão a perder contra o Barcelona 2-0 no Camp Nou!

Sou adepta do Barcelona desde que comecei a dar alguma atenção (não muita ainda assim) ao futebol espanhol, portanto a minha alegria não se deve só à cara do Mourinho, mas sem dúvida que dá um grande contributo!


Ainda bem que a Televisa passa a Liga dos Campeões!

21.11.09

Parcialidades

Entre 8 e 12 mil professores poderão subir de escalão e receber aumentos salariais consideravelmente pequenos.

Embora insuficiente, a subida de escalão dos professores e as implicações dos seus aumentos salariais no nível de vida dos seus agrgados familiares parecem-me aspectos positivos.

Mas, pelos vistos, nem toda a gente pensa assim. Para Pedro Sousa Tavares o que mais importância tem nesta questão é que o reconhecimento do trabalho dos professores e a respectiva recompensa salarial custarão 20 milhões de euros ao Estado.

É a grande imparcialidade jornalística no DN.

17.11.09

Incubadoras sociais


A Autoridade Palestiniana solicitou à União Europeia um apoio explícito ao reconhecimento de um estado palestiniano independente com Jerusalém como capital.

A resposta da presidência da UE (Suécia) não podia ser mais hipócrita nem lamber mais as botas ao imperialismo internacional.

A justa reivindicação do povo palestiniano à auto-determinação e independência, a afirmação do seu direito a deixar de ser colónia recebeu como resposta o seguinte insulto da boca de Carl Bildt, ministro dos negócios estrangeiros sueco:
“Não me parece que tenhamos chegado já a essa fase”

"Gostava que estivéssemos em posição de reconhecer a existência de um Estado palestiniano mas antes de mais é preciso que exista um Estado palestiniano, por isso [o pedido] parece-me um pouco prematuro"

Pois é, apertar os calos ao protegido dos EUA é difícil, muito difícil! Sobretudo para uma organização que de democrática só tem a fachada como a UE!

A pergunta que fica é se a opressão colonialista, o assassinato de civis, viver num permanente cenário de guerra e em campos de refugiados que há muito deixaram de ter carácter provisório são as incubadoras sociais que levarão à maturidade que a UE exige para reconhecer a Palestina como Estado independente.

15.11.09

No México também há Avante!

Comitán de Dominguéz, Chiapas, México

Particularizando

O Público de hoje trás uma notícia sobre o "sempre nebuloso tema do financiamento dos partidos". Onde também diz que:

"Os cartazes, em que os partidos gastam muito dinheiro, já não são colocados pelos militantes e pagos por empresas."

Deve ser por isso que eu tenho umas calças velhas guardadas para colar cartazes e pintar faixas e murais. É por que os militantes não colam cartazes...
E deve ser por isso que ando com uma bandeira do Partido a recolher donativos durante os comícios. É porque são empresas a pagar os cartazes de campanha do PCP...

Francamente!

Mas apesar da desonestidade intelectual do artigo podem tirar-se algumas conclusões interessantes:

"Os donativos pessoais são residuais, muito limitados, mas isso não tem evitado as suspeitas sobre as ilegalidades."

O que demonstra o que o PCP já dizia: que as limitações impostas pela nova lei de financiamento dos Partidos não aumentavam a transparência e que o seu único objectivo era dificultar o financiamento do PCP e a realização da Festa do Avante!


Pois é as generalizações dão mesmo muito jeito! Os casos excepcionais ficam, convenientemente esquecidos. Ora, particularizando honestamente, há que dizer que o financiamento do PCP não tem nada de nebuloso. Bem pelo contrário, tem sido sempre, da estrutura nacional às regionais e locais, profundamente transparente.

Vive dos contributos dos militantes, periódicos e extraordinários, dos seus eleitos, sem financiamento por parte de empresas, sem trafulhices nem obscuridades.
O PCP é tão transparente nas suas contas como exige que o Estado seja, numa postura de honestidade e coerência que sempre foram a sua imagem de marca.

14.11.09

Você Está Aqui

O imperdível espectáculo geral do GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra) de volta a Coimbra!


(Clicar na imagem para saber mais)

Convento de S. Francisco

19 e 20 de Novembro às 22h

21 de Novembro às 16h

12.11.09

São Martinho


Pois é! Para o pobre mendigo que tinha frio não teve Deus a bondade de melhorar o tempo mas para São Martinho sim! A história de São Martinho condiciona em boa medida o dito popular de "Deus dá o frio conforme o cobertor". Este Deus é um bocado classista! A sua bondade depende da condição económica do visado! Que indecência! Mas, bem vistas as coisas, se não fosse por esse pobre diabo, não teria São Martinho sido santo nem ganho o céu! Há que ter forma de se redimir dos pecados e, se não for a caridade, que será?!

Na verdade estas queixas vêm mesmo de de certa inveja! São Martinho sem Verão, nem castanhas, nem jeropiga é muito triste!

Em 2010 desforro-me! Ai desforro, desforro!

11.11.09

10 de Novembro de 1979 - JCP

Encontro onde ocorreu a unificação da UJC e da UEC, dando origem às JCP em 10 de Novembro de 1979

A 10 de Novembro de 1979 formou-se a Juventude Comunista Portuguesa (JCP), da unificação da União dos Estudantes Comunistas e da União dos Jovens Comunistas.
Militei 10 anos da JCP, foi uma escola incrível, onde aprendi organização de pensamento e acção, amizade, respeito mútuo.
Ganhei uma noção muito mais forte dos indivíduos como parte de um colectivo que se quer coeso ao mesmo tempo que diversificado.
Aprendi a lidar com diferenças de formas de trabalho, e personalidades.
Ganhei capacidade de análise política, tolerância às diferenças de opinião e intolerância à desonestidade nas suas diversas formas.
Aprendi a comover-me sem perder firmeza ante as injustiças sociais.
Aprendi ofícios diversos na Brigada de Implantação da Festa do Avante!
Aprendi e maravilhei-me com a beleza da união e da camaradagem.
Ganhei patriotismo e, ao mesmo tempo, o internacionalismo típico dos comunistas.
Aprendi a pôr brio, perfeccionismo e empenho no que faço.
Cresci, formei-me e gerei as melhores amizades que tenho na Juventude Comunista Portuguesa.

A JCP cumpre um papel político importantíssimo no esclarecimento e na tomada de consciência da Juventude Portuguesa. É de um valor insubstituível na organização de juventude na luta por uma pátria e um mundo melhores. Claro que sofre da inexperiência dos seus quadros devido a serem, precisamente, jovens. Mas é viva, alegre, aguerrida, inovadora e consciente, como deve ser a Juventude!

A JCP ensinou-me a ser militante do PCP. Mas sobretudo, JCP ensinou-me a ser melhor pessoa.

Parabéns Juventude Comunista Portuguesa!

10 de Novembro de 1913


Na segunda-feira mudei de casa e, na casa nova, ainda não tenho internet. Pôr a casa habitável tomou-me, nos dois últimos dias muito tempo e não pude publicar "postas" entretanto.

Este "post" era para ter sido escrito ontem:

A 10 de Novembro de 1913 nasceu Álvaro Cunhal, conhecido sobretudo pelo seu papel na política portuguesa, onde foi um revolucionário exemplar na rectidão e na competência que devem caracterizar os comunistas e as pessoas de bem em geral, era, pelo menos em meu entender, um ser humano integral. Com actividade política, artística, literaria, dotado de humanismo, honestidade inteligência e clarividência dificilmente igualáveis.

É uma das pessoas que mais admiro (sem limitações geográficas).

4.11.09

Crucifixos e salas de aula


Na minha escola primária, como em tantas outras de idades semelhantes, havia nas salas de aulas crucifixos com o profeta dos católicos por cima do quadro negro. No Natal decorávamos a sala e, num dos anos, colocou-se uma grande estrela dourada em cima do crucifixo. Era mesmo gira e grande e tapava o crucifixo todo! Não sei quem foi, mas quem a colou teve a brilhante ideia de o fazer com cola em vez de fita-cola. Assim se acabou a cara de sofrimento atroz do Senhor pendurado lá no alto, furado, a olhar para as criancinhas que aprendiam a ler e a fazer contas. Já não era sem tempo!

Lembrei-me disto ao ler esta notícia do JN.

A notícia dá a conhecer que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos opina que:

"A presença de crucifixos nas salas de aulas nega aos pais o direito de educarem os filhos de acordo com as suas crenças religiosas."

e também informa que

"O tribunal de Estrasburgo pronunciou-se unanimemente sobre a queixa de uma cidadã italiana, Soile Lautsi, que pediu a retirada dos crucifixos das salas de aulas da escola pública onde os seus filhos, de 11 e 13 anos, estudavam."

Claro que já deu falatório! O Vaticano queixou-se, a neta do Mussolini indignou-se, etc.

Quase no fim da notícia ficamos a saber que:

"Aparentemente, só os comunistas estão satisfeitos com a decisão do tribunal, sublinhando que ela "reafirma o valor de laicismo nas escolas e do Estado como uma garantia fundamental da igualdade de direitos".

Isto explica eu gostar tanto desta decisão. Mas se eu fosse o jornalista que escreveu a peça preparar-me-ia para receber uma boa reprimenda. Afinal, onde é que já se viu chamar comunisas aos integrantes do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos?! Que ofensa sem igual!

Sindicalistas



O que vale é que ainda os há que não ficam, de repente, muito doutores, nem muito independentes, nem muito sociólogos do CES.

1.11.09

Día de muertos

Os mexicanos têm uma tradição de culto dos mortos que é particularmente do meu agrado. Fazem-lhes altares com ofrendas de comida e bebida nas suas casas, num ritual caseiro, familiar e interno. Não é a rumagem ao cemitério que se faz em Portugal para, uma vez por ano, os familiares vivos da aldeia nos verem arranjar a campa dos familiares falecidos. Não inclui os beijinhos hipócritas de quem quase armou uma guerra familiar aquando das partilhas, mas agora diz recordar os mortos com grande saudade.
Geralmente não gosto do culto dos mortos, acho que dificulta o sarar das feridas, mas aqui é uma tradição familiar. Celebra-se o morto como numa festa, com comida, bebida e muitos cravos túnicos nos altares. Os miúdos disfarçam-se e pedem doces cantando de porta em porta e há festa, música, dança e alegria, numa celebração dos mortos que me parece infinitamente melhor do que os olhares contristados e as vozes ao mesmo tempo chorosas e suplicantes costumeiros em Portugal.

Como este fim de semana há ponte pelo dia de finados trago à Eira a belíssima representação mexicana da morte, a Catrina. Com a voz de Eugénia León, uma criação de René Castillo, Hasta los Huesos, disfrutem: