19.12.12

Um pedacinho de Céu baratinho, baratinho.

Aproxima-se o Natal! Esta quadra, além de aumentar a a quantidade de anúncios a brinquedos e a presença de mascotes feiosas na televisão, provoca nas pessoas uma súbita necessidade de ganhar um lugarzinho no Céu (em maiúsculas por ser o dos cristãos em vez do de todos os dias).
Para os que nascemos num país maioritariamente católico é mais ou menos óbvio que para assegurar a paradisíaca vida no além o caminho é ajudar (pelo menos) um pobrezinho. Felizmente para as almas caridosas deste país, nesta época festiva, também se multiplicam as banquinhas de recolhas de fundos nos corredores dos centros comerciais, a venderem canetas, peluches ou autocolantes. Multiplicam-se as abordagens nas ruas da baixa "Bom dia, jovem!"ou "Nem que seja uma moedinha já uma ajuda!" e à porta do hipermercado está a mão que nos estende um saco do Banco Alimentar Contra a Fome.

Comprar um lugarzinho no Céu é fácil! A oferta é grande e o preço dos lotes desce. Nestas condições não é de estranhar a incredulidade de compradores e vendedores quando encontram alguém que não quer comprar um lacinho, oferecer um quilo de arroz ou dar uma moedinha a uma qualquer ONG de contabilidade obscura.

Curiosamente eu não acredito na caridadezinha, não dou aos pobres e desvalidos, não alimento ONG, nem quem vive às custas da pobreza alheia.
Acredito que o Trabalho é um direito e que o salário deve ser suficiente para permitir às pessoas viverem uma vida digna e plena. Acredito que se as pessoas tivesem emprego e os seus impostos servissem para assegurar as prestações sociais que o Estado deve aos cidadãos não precisariamos de caridade.

Boas Festas!



Nenhum comentário:

Postar um comentário