28.1.14

Pessoas bonitas #11 - Pete Seeger

Hoje soube que o Pete Seeger tinha morrido aos 94 anos.
Estava no laboratório e até disse uma asneira alto.
A maioria das pessoas com quem comentei isto não percebeu porque é que ganhei tristeza que me dure pelo menos o resto da semana, mas mais do que admirar o Pete Seeger eu tenho, de facto, um carinho muito grande por esse senhor.

Não quero (pelo menos agora) fazer um resumo bibliográfico de um dos maiores folcloristas do Mundo.
Nem pretendo falar do homem das muitas e muito justas causas que espalhava a mensagem com canções ao vento, sempre do lado certo da barricada.

Sugiro que ouçam o homem que era capaz de pôr qualquer um a cantar com ele e que não gostava de cantar sozinho, gostava de fazer parte do coro. O homem que cantou tantos (e foi cantado por outros tantos) e para tantos; que começou por tocar cavaquinho e que me ensinou a gostar de ouvir banjo.
Ouçam, por exemplo os episódios do "Rainbow quest" (programa do Pete Seeger na televisão em 1965),onde tudo é explicado com aquele tom tranquilo (mas nunca desapaixonado) de quem explica o que é claro, tão claro que certamente tu vais perceber e não serão precisas exaltações.
Se, como eu não o puderam ouvir quando esteve em Lisboa, no Pavilhão dos Desportos, em 1983 desfrutem das gravações...

Resta-me dizer que tomo como uma ofensa pessoal que tenha morrido sem eu o conhecer.
Aliás, o Pete Seeger faz parte desse clube de pessoas que não é suposto desaparecerem; não lhes demos autorização para se irem embora.
Digo-vos mais, tenho a firme convicção de que a Terra anda mais devagar agora do que andava no Domingo, na falta do empurrão do Pete.


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