7.8.09

Tempos e objectivos

Há 25 anos aprovou-se a primeira lei que previa a existência de Educação Sexual nas escolas portuguesas. Desde então que se não se tem tentado esquecer o tema se tem brincado com ele ou mesmo prevertido o objectivo.

Pensou-se que poderia ser uma disciplina à parte, perguntou-se quem a leccionaria. Chegou mesmo a propôr-se, o PS se a memória não me falha, que fossem padres da igreja católica a ensinar os jovens a ter uma sexualidade plena e esclarecida! A mim sempre me pareceu que essa "solução" só aumentaria o número de abortos e de maternidades adolescentes assim como a propagação de doenças diversas. Mas do PS eu nunca esperei muito(nem esperarei a não ser que fique xéxé).

Hoje vi no JN o seguinte título:

"Educação Sexual será obrigatória a partir de Setembro"

Fiquei muito contente até ler o artigo, ao ler que "As habilitações necessárias para o desempenho das novas funções será alvo de despacho governamental. O ME assegura que irá garantir a formação aos docentes." acabaram-se-me as ilusões. Aqui é que a porca torce o rabo... É que para funcionar tal medida o tempo verbal não devia ser futuro, devia ser pretérito. Devia ler-se: As habilitações necessárias para o desempenho das novas funções foram alvo de despacho governamental. O ME assegurou a formação aos docentes.

Convenhamos, não é a um mês do início das aulas que ainda irá a tempo o despacho governamental ou que a formação será assegurada. Mas, sem dúvida, vêem muito a tempo estes anúncios a mês e meio das eleições legislativas!

O acerto temporal é unicamente uma questão de objectivos: para a juventude portuguesa é mau, para o eleitoralismo do PS é bom!

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