Não posso dizer
"Demasiados nunca seremos"
nem
"Mesmo que estejamos todos seremos poucos"
nem
"Quantos mais formos mais força teremos"
Enfim, não posso usar a primeira pessoa do plural, tão bonita, de que gosto tanto, tão colectiva, tão integradora, tão carregada de sentimento de pertença e união.
Os argumentos estarão na terceira pessoa, essa tão impessoal (ainda que se chame pessoa), tão distante, tão marginalizante, tão dos "outros", tão desagradável.
Sobra-me um argumento, o único que me parece lógico:
"Eu queria mesmo ir, eu tinha que ir portanto, para tentar compensar, todos os outros do "nós" em que me insiro têm que ir e têm que gritar mais um bocadinho e um bocadinho mais alto do que gritariam."
Claro que este esforço de compensação está condenado ao fracasso desde o princípio porque se fossem todos e eu também, se fossemos todos, a minha seria mais uma voz que lá estaria. Talvez não se notasse muito na multidão, mas era melhor que o muito que se nota que não está lá cada voz que falta.
Quem vai à manifestação trava a batalha para todos, para um colectivo. As vitórias que alcance serão de todos, mesmo dos que não levantaram o rabo do sofá. Mas se sair derrotado a culpa é exclusivamente de quem ficou no sofá.
Amanhã às 15h todos à Manifestação!
Do Marquês aos Restauradores.
A manif a que temos direito.
ResponderExcluirEsta manif, mais que um direito parece-me um dever
ResponderExcluirEstiveste lá com... nosco!
ResponderExcluirTu não ficaste no só fá...
Foi uma manifestação de estar e de ver.
Beijos