26.4.09

Não fazer falta

Detesto estar longe no 25 de Abril.
No ano passado aconteceu-me o mesmo e pela primeira vez.
Dia 24 às 6 menos qualquercoisa da tarde (quase meia noite em Portugal Continental) liguei para o telemóvel da minha mãe porque queria ouvir a Grândola na festa do Ateneu de Coimbra. Queria saber que se estava a queimar o PIDE e queria ouvir aquelas vozes todas a gritar "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!" no fim, mas a recepção é muito má dentro do centro cultural D.Dinis e a chamada caiu antes que pudesse ouvir sequer os primeiros versos da canção. Liguei ansiosamente para todos os números que tinha comigo de camaradas e amigos que sabia que estariam ali, mas não consegui estabelecer chamada com nenhum. Saí da "caseta telefónica" muito desconsolada, mas certa de que se não ouviam os telemóveis era porque tudo corria bem e havia muita gente.
Este ano a 24 voltei a ligar às 6 menos pouco da tarde daqui, mais uma vez para ouvir a Grândola na festa que o Ateneu co-organizou. Desta vez estavam no TAGV e depois nos Jardins da AAC e ouvi a Grândola e os gritos no fim e eram "Muitos, muitos mil para continuar Abril".
Falei com o namorado, com a mãe, com o pai, com amigos e fiquei com um sabor mais doce na boca do que no ano passado embora em nada se compare com o mel. Sabe muito bem que tanta gente tenha querido partilhar o 25 de Abril comigo. Mas mesmo bom é saber que não faço falta.

2 comentários:

  1. nao fazes falta?! é doida! fazes bué! suponho que isso tenha um outro sentido... beijao coraçao

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  2. Claro que tem outro sentido! Não é a nível pessoal, a esse sei que faço falta, tanta como sinto tua e de muitos aí. É a nível colectivo, o facto de faltar um indivíduo, no caso eu, não faz mossa. Não faço falta porque não se nota o espaço por preencher. :-)

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