12.6.09

Financiamento do PCP



"Debate: O fim anunciado da lei de financiamento dos partidos"



Tenho que admitir que quando li este título no Público senti um misto de esperança e desconfiança.

Por um momento pensei que fosse verdade, que a injusta Lei de financiamento dos Partidos estivesse para acabar, mas foi Sol de pouca dura. Lendo o artigo dei conta, primeiro da já habitual estratégia de chantagem da maioria absoluta do P"S" que afirmou que "Só estaríamos dispostos a colaborar em novas soluções se houver esse consenso." (não sei se o erro de português é do citado partido ou do jornalista). E depois que não estavamos a falar da lei, mas sim da alteração à Lei, aquela que, não sendo justa, era menos injusta que a primeira.

A actual Lei atinge com uma precisão mestra as formas de financiamento do PCP (daí o título do "post"). Para dar exemplos, as receitas da Festa do Avante, as recolhas de fundos e o pagamento de cotas pelos militantes. Tendo em conta que muitos não têm conta no banco não poderão dar a sua contribuição ao Partido através de cheque ou conta bancária, mas sim em numerário.

O veto do Presidente da República que temos não é estranho. Fiel ao capital não pode permitir que sequer se minore os ataques ao PCP. As suas alianças só lhe permitem que os agrave.

A comunicação social, ao serviço desse mesmo capital fez a manipulação que quis desta questão.
Ignorou, aquando da aprovação da Lei o aumento do financiamento estatal aos principais partidos políticos e empolou essa questão aquando da alteração quando nem sequer era isso que estava em causa. Fez o que pôde para que parecesse que o PCP defendia esse aumento de financiamento quando sempre esteve contra. E, na mesma linha, o Público de hoje não esclarece porque é que o PCP defendia a alteração da Lei que está em vigor.

É a comunicação social que temos, com os donos que tem e os amos que estes têm.
É o P.R. e a maioria absoluta que temos (apesar do meu voto). Mas seguramente não a que queremos nem a que teremos depois das Legislativas que aí vêm!

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