1.6.09

Como no te voy a querer


Há quem se queixe muito da teoricamente excessiva atenção que se dá ao futebol, sobretudo quando comparada com a reduzida que se dedica à política.
Eu cá disfruto de um bom jogo de futebol, alegro-me quando o clube da minha preferência ganha o jogo, não fico particularmente triste quando perdem e vejo a selecção com um fino (ou imperial, a mim tanto me faz a designação) e um pires de tremoços à frente. Isso sim, em boa companhia.
Do que disfruto mais, tenho que admitir, é da companhia e, em segundo lugar, das reacções dos fanáticos. Dos gritos desesperados e dos insultos ao árbitro, das respirações sustidas, dos suspiros de alívio, dos saltos e das palmas para a televisão quando a ocasião é de alegria.
Adoro esse entusiasmo e essa igualdade de reacções que provoca o futebol a nível internacional.
As testas franzidas, as unhas roídas, as caras pintadas e, sobretudo, a explosão eufórica quando o clube de eleição marca golo! Os gritos, as canções, os saltos, a alegria sem mais explicação nem motivo que uma bola que bate na rede ao chegar ao fundo da baliza.

Posso dizer que gosto orgulhosamente de futebol e que isso não faz com que esteja menos alerta às questões políticas actuais (e menos me tira memória histórica).
Uma pessoa não se faz só de trabalho e consciência política, faz-se de diversão, de lazer, de cultura, de convívio. E como disfruto desse fino, desse pires de tremoços, dessa companhia e desse jogo de futebol na televisão de um café qualquer!

Tudo isto para dizer que estou muito contente com o resultado da segunda final da liga da 1ª divisão mexicana de futebol.
O jogo foi bom, rápido, disputado, com contra-ataques que elevam os níveis de adrenalina e o ritmo cardíaco, boas defesas, grandes passes e admiráveis cortes e recuperações, enfim, um bom espectáculo desportivo. Tive direito a essa boa companhia que se quer sempre para ver jogos de futebol, faltaram os tremoços (que por cá não há) e o fino já que as bebidas alcoólicas ainda me estão proíbidas.
A minha preferência de clube no México tem um motivo tão absurdo como acho que são os de quase toda a gente quando toca a escolha do clube de futebol que preferem. Uma vez venderam-me um isqueiro dos PUMAS da UNAM e, como gosto do logotipo e a UNAM é uma universidade de inquestionável qualidade, com uma história de movimentações sociais particularmente rica, decidi que era pelos PUMAS que eu ia torcer.
Depois de ter acompanhado a liga com consideravel desleixo, vi os PUMAS ganhar a 1ª final 1-0 no Estádio Universitário ao Pachuca e hoje vi-os empatar em Pachuca 2-2 e com esse resultado ganhar o Campeonato da 1ª Liga. Fiquei contente, mas não tanto como para me juntar aos desfiles que encheram as ruas mesmo aqui no Sul (os PUMAS são a 3º clube com maior número de adeptos no país).

Tenho que admitir que me alegro por motivos que se pode dizer que até são tontos, mas... Os PUMAS são campeões e eu estou contente, porra!

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