10.10.09

Incrível! ou talvez não...



Devo admitir que demorei dois blogs e uma notícia a aceitar que era real que se tinha atribuido a Barack Obama o Prémio Nobel da Paz.

Depois do primeiro embasbacamento fui à procura da justificação e quando li "for his extraordinary efforts to strengthen international diplomacy and cooperation between peoples" ("pelos seus esforços extraordinários para fortalcer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos") saiu-me um desses risinhos desdenhosos de quem se ri por saber que a questão é mais patética que triste e, portanto carece de importância suficiente para se chorar por ela.

Na verdade quando sabemos que Barack Obama:

- vai manter o Bloqueio contra Cuba (que só por si é uma violação dos direitos humanos digna de punição),
- vai manter a base militar de Guantánamo num ataque claro à soberania cubana,
- vai instalar novas bases militares na América do Sul em território colombiano,
- continua a apoiar o regime genocida de Israel (e estes podem ter armas nucleares à vontade),
- aumentou e pensa aumentar mais o número de militares de ocupação no Afeganistão
- fez um chamado ao envolvimento europeu na "guerra contra o terrorismo" dizendo que os EUA não admitiam travar essa batalha sozinhos,
- quer mandar e desmandar (e fá-lo) no armamento e tecnologia nucleares a nível mundial, decidindo quem pode ou não pode tê-los quando é presidente do único país do Mundo que já teve a desfaçatez e a crueldade de usar armas nucleares (e não foi uma, mas sim duas!).

é mais ou menos natural que a justificação dada pelo Comité do Prémio Nobel nos cheire a mentira da grossa e desculpa esfarrapada para lamber as botas à (ainda) nova sensação política mundial.

Mas se pensarmos bem no caso há excelentes justificações para que Obama seja Prémio Nobel da Paz este ano:

- George C. Marshall - Prémio Nobel da Paz 1953
- Henry Kissinger - Prémio Nobel da Paz 1973
- Shimon Peres - Prémio Nobel da Paz 1994
- Yitzhak Rabin - Prémio Nobel da Paz 1994
- Ximenes Belo - Prémio Nobel da Paz 1996
- Ramos Horta - Prémio Nobel da Paz 1996
- Jimmy Carter - Prémio Nobel da Paz 2002

Afinal tem toda a lógica, não tem?

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